quinta-feira, 14 de abril de 2011

Regras No Que Diz Respeito Sobre o Imitar os Incrédulos

Louvado seja Allah, Senhor do Universo. Declaro que não existe nada digno de adoração exceto Allah, e que Muhammad, [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] é Seu servo e mensageiro.
Quais são os limites que existem em relação a imitar os incrédulos? E se adotarmos o que é novo ou aquilo recentemente descoberto, isso seria imitá-los? Em outras palavras, quando devemos considerar que tal ação é imitar os incrédulos?
Ibn ‘Umar [que Allah esteja satisfeito com ele] narrou que o Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele] disse: “Aquele que imita um grupo de pessoas é uma delas [ou seja, estará com eles no dia Ressurreição]”. [Abu Daud].
O Imam Al-Munaui e o Imam Al-‘Aqami [que Allah tenha misericórdia dele], comentaram sobre a narração acima dizendo: “Isto se refere em relação aqueles que se vestem como eles, imitando-os em seu estilo e se comportando como eles, pelo menos em parte”.
O Imam Al-Qari [que Allah conceda seu perdão] acrescentou: “Significa que, os que imitam os incrédulos, os desobedientes, os pecadores ou os sufis, seja como for, será um deles. Igualmente aquele que imita os virtuosos estarão com eles [na outra vida]”.
O Imam Ibn Taimiiah [que Allah tenha misericórdia dele] disse: “O Imam Ahmad entre outros, utiliza esta narração como evidência provando a proibição em relação a imitar os incrédulos. O mínimo que se pode dizer sobre as implicações desta narrativa é que ela proíbe a ação de imitar. Ao mesmo tempo, isso pode significar que a pessoa ao fazê-lo deixe as fileiras do Islam, segundo o que se entende a narração de Ibn ‘Umar [que Allah esteja satisfeito com ele]: “Quem construa sobre a terra dos incrédulos, participe de suas festas religiosas e os imitem até que morra, será ressuscitado com eles”. Esta narração também envolve a proibição parcial da imitação e que ele será como um deles de acordo a qual ambos têm imitado”.
Existem duas maneiras nas quais os muçulmanos podem imitar os incrédulos, uma das quais é proibido enquanto o outro é permitido.
A forma proibida:
É fazer algo que não faz parte da nossa religião sendo ele um ritual exclusivo dos incrédulos e praticando-o conscientemente. Isto é terminantemente proibido e pode ser um dos principais pecados maiores. Na verdade, algumas dessas ações podem chegar ao nível de tirar a pessoa do Islam.
Estas normas são aplicáveis qualquer pessoa independentemente se ela praticou o ato com a intenção de imitar os incrédulos, satisfizer seus desejos ou por engano, sempre e quando tenha pensado que tal ação poderia lhe trazer algum benefício.
Então, alguém pode ser considerado um pecador se praticou tal ato por ignorância, como por exemplo, celebrar um aniversário sem saber da proibição islâmica quanto a isso? A resposta é: essa pessoa não é pecadora até que seja informada sobre a proibição islâmica a respeito deste, mesmo que ela continue praticando esse ato.
A forma permitida:
Praticar aquilo que não foi originado pelos incrédulos, onde tanto os muçulmanos como os incrédulos comumente praticam. Este tipo de forma não está incluída na proibição da imitação, porém quem a faz, perderá recompensa de diferenciar-se dos incrédulos.
É permitido imitar o povo do Livro e outros incrédulos em assuntos mundanos, mas com as seguintes condições:
  • Que o ato não faça parte de suas tradições e característico de seus costumes.
  • Que não faça parte de nenhum ritual religioso. A única maneira de garantir isso é consultando o Alcorão ou a Sunnah do Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele]. Um exemplo disto é curvar-se ao cumprimentar uma pessoa, o qual é proibido, sendo esta uma prática de nações anteriores como nos informa o Alcorão.
  • Que não existam textos claros no Islam sobre a permissão ou a proibição de tal ato, porém se tiver sido estabelecida, então temos de nos apegar praticando ou abstendo-se dela, segundo o que é exigido ou proibido no Islam.
  • Se não envolver uma contradição sobre qualquer obrigação ou regra no Islam.
  • Que não seja parte de suas festividades religiosas.
  • Que não viole os limites no caso de uma necessidade.
O Shaikh Ibn ‘Uthaimiah [que Allah tenha misericórdia dele], foi questionado sobre como saber se aquilo que alguém está fazendo é imitar os incrédulos ou não, para isso respondeu: “Imitar é fazer aquilo que é exclusivo dos incrédulos, porém fazer aquilo que é comumente praticado tanto pelos muçulmanos quanto aos incrédulos, não está incluído na definição da imitação proibida salvo seja proibida por outro motivo específico, como se o ato é uma parte de seus símbolos ou ritos religiosos. Se eles [os incrédulos] não consideram o ato [ou roupa] como um símbolo religioso, então a proibição [islâmica] é dada por fim, conforme indicado pelo Imam Ibn Hajar [que Allah tenha misericórdia dele]”.
A Comissão Permanente de Investigação Islâmica e Fatua, foi consultada sobre o seguinte: “O Islam permite que os muçulmanos pratiquem alguns dos hábitos e costumes dos descrentes, tais como o dos europeus, se vestindo como eles durante o casamento ou permitindo seus homens entrar na presença de nossas esposas e outras mulheres que não estão vestindo o Hijab completo durante a festa de casamento; e é permitido deixar que o fotógrafo faça o mesmo, seja ele ou não um parente?”.
A resposta que a Comissão deu a esta pergunta foi: “Louvado seja Allah, Senhor do Universo. Declaro que nada é digno de adoração exceto Allah, e que Muhammad [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele], é Seu servo e mensageiro. Os muçulmanos, tanto homens quanto mulheres devem apegar-se à moral e a educação islâmica e são obrigados a agir de acordo com seus ensinamentos sobre o casamento, alimentos, roupas e todos os outros aspectos da vida. Não é permitido para elas [as mulheres] imitarem os descrentes em suas vestimentas, como os meninos que usam roupas apertadas que dão forma a seu corpo, ou usando roupa curta que não cobrem seu colo, seus braços, seu pescoço, seu cabelo… [já que isto não atende as condições do Hijab]. Também é proibido imitá-los na maneira de comer, como também comer com a mão esquerda ou a mistura entre homens e mulheres em uma mesa, ou em uma sala, onde possam trocar brincadeiras e risos. Tampouco é permitido que os cônjuges ou fotógrafos entrem no local das mulheres (no salão de festas), porque isso é muito ruim. Nos muçulmanos devemos nos apegar o que nós ensinou nossos Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele], posto que ele não deixou algo bom sem que esse nos guiasse para a direção correta, nem o mal sem ter nos alertado sobre ele e o tenha proibido; e o imitar incrédulos é uma das coisas que ele [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele], nos proibiu de fazer, caso contrário, a corrupção se espalhará na terra”.
Em outra ocasião, a Comissão Permanente de Investigação Islâmica e Fatua foi consultada sobre outros problemas relacionados em imitar os incrédulos: “Que tipo de imitação [aos descrentes] que o Islam proíbe? Esta limitado às questões exclusivas dos incrédulos ou também inclui aquilo que é comumente praticado tanto por muçulmanos como pelos politeistas, mesmo se a origem foi causada por eles, tais como [usar] e vestido? Se algum ato de comportamento é conhecido por ser próprio dos pecadores, porem não dos incrédulos, estes serão incluídos também na proibição? Usar ternos, como aqueles usados na Europa, está incluído no que é considerado imitar os incrédulos, e qual é o alcance da sua proibição? Isto é simplesmente desagradável ou é realmente proibido? É proibido usar calças que fazer a ‘Aurah [partes do corpo que devem ser cobertas de acordo com o Islam]; e [se for] estão incluídas as coxas na ‘Aurah não devendo elas ser marcadas por roupas coladas? Mesmo que uma pessoa impeça que a ‘Aurah seja marcada usando roupas largas, mesmo assim, ainda permanece não aconselhável o uso de calças? Quais são as regras gerais sobre o usar calças apertadas?”.
A resposta foi: “Louvado seja Allah, Senhor do Universo. Declaro que não existe nada digno de adoração exceto Allah, e que Muhammad [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele], é Seu servo e mensageiro. O ato de imitar é proibido em relação às tradições e costumes exclusivos dos politeistas ou em temas onde inovaram em sua religião, crenças e atos de adoração tais como raspar a barba, implorar a pessoas (supostamente) virtuosas a quem suplicam pedindo ajuda, circundar as sepulturas dos mortos, sacrificar [animais] para os mortos, tocar sinetas, colocar crucifixos e cruzes penduradas fora de casa ou no pescoço, fazer tatuagens no braço [e corpo], entre outras coisas que refletem a glorificação da fé cristã. As regras sobre a imitação variam, algumas vezes alcançam o nível de descrença, como quando uma pessoa os imita no procurar ajuda e apoio de mortos ou buscar as bênçãos da cruz; por outro lado, existem as que estão apenas no nível proibição, como raspar a barba ou parabenizá-los por suas festas religiosas. Vale ressaltar aqui, entretanto, que o diminuir a importância em imitá-los em assuntos proibidos podem eventualmente levar a imitá-los em questões que poderiam fazer uma pessoa sair do Islam. Com relação ao uso de calças, a regra geral relativa sobre essa vestimenta é a permissão, e Allah nos diz [significado em português]: “Diga [Ó Muhammad]: Quem proibiu os adornos que Allah criou para Seus servos e as coisas benignas do sutento?”. [Surah Al-‘Araf 7: 32]. Nada deve ser excluído desta, exceto o que é apoiado por provas, como os homens usarem seda; que tanto homens quanto as mulheres vistam roupas apertadas que modem o corpo, ou que a roupa seja transparente de modo que a pele seja vista por baixo; roupas que sejam conhecidas por serem dos incrédulos; homens que vestem as roupas das mulheres ou as mulheres que vestem roupas de homens; tudo o que é proibido, porque existem textos que os proíbem especificamente. As calças não são exclusivas dos incrédulos, porque muitos muçulmanos as usam em diferentes países. Por outro lado, alguns países muçulmanos não aprovam isso [uso de calças], porque eles não estão habituados a isso, e se você viver em algum destes países deve evitar usá-las, especialmente quando sair para rezar ou quando for a locais públicos ou na rua”.
Há muitas sábias razões por trás da proibição do imitar e/ou se parecer com os incrédulos, algumas das quais são:
Primeiro: a proibição de imitar os incrédulos corta o caminho que conduz a amá-los ou de predispor-se a eles. Imam Ibn Taimiiah [que Allah tenha misericórdia dele], disse que o amor ou a predisposição a eles, eventualmente, faz com que a pessoa dê preferência em imitar os seus caminhos e imitá-los em todas suas formas e características morais, pois esta é a natureza humana; isso continuará até o nível em que os demais não conseguirão distinguir entre os muçulmanos e os descrentes. Além disso, esta imitação pode levar a um mal maior: a própria desobediência, porque ao longo do tempo a imitação externa é, naturalmente, à imitação interna.
Segundo: a proibição de imitar os incrédulos preserva e protege a identidade da nação islâmica.
Terceiro: As ações dos incrédulos são imperfeitas ou deficientes e não imitar-los, protege os muçulmanos dessa deficiência e imperfeição. Imam Ibn Taimiiah [que Allah tenha misericórdia dele], disse: “As ações dos incrédulos são danosas ou incompletas e imperfeitas, porque são inovadoras ou estão revogadas”.
Quarta: Ao não imitar os descrentes, cumprimos com a obrigação de rejeitá-los e repudiá-los pela causa de Allah. O Islam estabeleceu que nós muçulmanos devemos rejeitar a descrença, inclusive de nossos parentes mais próximos.
Quinto: O não imitar os descrentes permite às pessoas distinguirem entre muçulmanos e não-muçulmanos, evitando assim que outros possam ser enganados pelos incrédulos e os confundam achando serem muçulmanos.

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